Descrição do Projeto
Resumo:
Este projeto tenciona aparelhar e capacitar as cidades sócias
a formular, operar e avaliar políticas e programas municipais
democráticos e eqüitativos de indução,
fomento e operação de microcrédito, considerando
as diferentes possibilidades de interação com o
setor privado e a sociedade civil e tendo em vista alcançar
o maior grau possível de penetração e impacto
no segmento social de baixa renda, com ênfase no enfoque
de gênero.
Sua idéia central consiste em sistematizar modelos práticos,
bem sucedidos e sustentáveis de microcrédito e comparar
as respectivas metodologias, com base em critérios previamente
estabelecidos, focados no potencial de impactos em termos e transformação
da realidade sócio-econômica das mulheres.
Seus principais beneficiários diretos serão os dirigentes
de órgãos responsáveis pelo planejamento,
formulação, gestão e avaliação
de políticas, programas e projetos, nas áreas de
desenvolvimento local, trabalho e emprego, segurança e
assistência social – assim como suas respectivas equipes
técnicas e os representantes de comitês e conselhos
atuantes nesses setores - , com especial estaque para os gestores
dos programas de microcrédito e para as instâncias
responsáveis pela promoção dos direitos da
mulher.
Do total de dez sócios participantes, seis são latino-americanos
e quatro europeus. Dentre os sócios latino-americanos,
verificam-se cinco cidades e uma associação, a saber:
(1) Guarulhos (Cidade coordenadora – Brasil); (2) São
Paulo (Brasil); (3) General de Pueyrredón (Argentina);
(4) Sicasica (Bolívia); (5) San Jerônimo (Peru) e
(6) Associação Brasileira das Entidades Gestoras
de Microcréditos, Crédito Popular Solidário
e Entidades Populares – ABCRED (Sócio externo, Brasil).
Dentre os sócios europeus, três são sócios
de pleno direito e um é sócio externo, conforme
segue: (1) Marbella (Espanha); (2) Região de Bruxelas (Bélgica);
Sabadell (Espanha) e (4) Emergence (Sócio externo –
França).
Objetivos:
Democratização radical do acesso ao crédito
aos empreendedores de baixa renda – com ênfase na
promoção dos direitos econômicos e sociais
das mulheres -, pelo aprimoramento da qualidade metodológica
das políticas e programas municipais e das iniciativas
locais de microcrédito, com incorporação
do enfoque da equidade de gênero e de possibilidades alternativas
de articulação público – privado e
sociedade civil.
Estudar e comparar metodologias de diferentes iniciativas de microcrédito
conduzidas por prefeituras, empresas, instituições
de fomento ou ONG’s nas cidades sócias, elaborar
e disponibilizar marco de diretrizes, ensinamentos (lições
aprendidas) e recomendações práticas para
a construção institucional de políticas municipais
de articulação, no enfoque da equidade de gênero
e direcionadas à democratização radical do
acesso ao crédito e a sustentabilidade econômica
e financeira dessas iniciativas.
Grau de participação e atuação
no projeto:
Guarulhos (Brasil)
O Município de Guarulhos (1.049.668 habitantes) acumula
experiência em duas áreas. A primeira abrange a iniciativa
da Cooperativa de Crédito Popular, instituída em
Guarulhos desde 1956 e que adota como referência o denominado
Sistema Luzzatti ou de crédito urbano.Esse tipo de cooperativismo
opera mediante subscrição de quota-capital e também
pela captação de depósitos populares em conta-corrente,
configurando duas alternativas de recursos para permitir o fornecimento
de crédito e empréstimos populares com juros a preço
de custo, ou seja, sem fins lucrativos. Sendo uma das poucas remanescentes
do Sistema Luzzatti no Brasil, esta cooperativa conserva a mesma
orientação que norteou sua fundação,
acrescida de vasta experiência e tendo passado pelo crivo
da vida prática e de várias inspeções
do Banco Central.
A segunda experiência, denominada Banco do Povo de Guarulhos,
reveste-se de caráter eminentemente estatal e se constitui
desde a adesão da cidade ao programa “Banco do Povo
Paulista”, em dezembro de 2002. Esse programa foi criado
pelo Governo do Estado de São Paulo, em setembro de 1998,
com a proposta de atender a demanda de empreendedores populares
que não têm acesso às linhas de crédito
oferecidas pelas instituições financeiras convencionais,
com o objetivo de incrementar pequenos negócios. Embora
apresente o grande diferencial de cobrar taxa de juros subsidiada,
da ordem de 1% ao mês e baixo nível de inadimplência,
este programa não consegue alcançar as faixas mais
desfavorecidas da população em razão das
exigências e garantias exigidos dos clientes.
Baseado nessa experiência anterior e considerando a gravidade
de seus indicadores sociais, o Município de Guarulhos propõe-se
a coordenar este projeto comum com o intuito de assimilar maior
conhecimento a respeito de experiências relevantes existentes
nessa área e, com base nesses aportes, desenvolver políticas
e programas inovadores capazes de, ao mesmo tempo, alcançar
os mais pobres, combater a tendência de feminilização
da pobreza e mobilizar os setores dinâmicos da comunidade
em torno dessa questão.
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